Não há fatos, só interpretações. Eis a ideia básica do perspectivismo de Nietzsche. As percepções e as concepções de mundo resultam de condições diversas e peculiares denominadas “perspectivas”. As posições morais, cognitivas, estéticas, políticas e culturais, assim como as formas de vida e os valores, variam segundo as diferentes perspectivas. Uma perspectiva, que é sempre um conjunto de condições, diferencia-se em relação a outras perspectivas, quando consideradas sincronicamente, mas também em relação a si própria, quando considerada diacronicamente. A pluralidade, a incessante transformação e o conflito, interno ou externo, caracterizam toda perspectiva. Como entender, avaliar e hierarquizar as diferentes visões de mundo, produtos de diferentes perspectivas? Quão válidas seriam essa avaliação e essa hierarquia? Qual é o estatuto dos critérios adotados? Há medida comum? O perspectivismo de Nietzsche constitui um instrumento fecundo para considerar semelhantes questões de um ponto de vista filosófico e fundamental. Entretanto, para conhecer tal instrumento, é preciso discernir suas ideias centrais, espalhadas nos escritos do filósofo. Igualmente necessário é analisá-las a fim de detectar seus pontos coerentes e suas desarmonias, seus pressupostos e suas implicações, algumas evidentes, outras tortuosas. Tais são os objetivos do curso “Perspectivismo na filosofia de Nietzsche”.
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