O pós-Deleuze: Em torno da Filosofia Africano Brasileira

O Pós-Deleuze: em torno da Filosofia Africano-Brasileira” assume a prerrogativa de que o exercício do filosofar é um exercício contemporâneo que mobiliza diversas épocas e múltiplos espaços para dialogar com a realidade à qual pertencemos. O trânsito da produção africano-brasileira com a obra deleuziana nos leva a uma trama de possíveis passível de ser habitada pelo risco, pela criatividade e pelo comprometimento. No curso, mobilizamos conceitos de ancestralidade, encantamento, deriva, beleza, corporeidade, sabedoria, educação das relações etnicorraciais, história e cultura africana e afrobrasileira, em relação crítica e criativa com os conceitos de heterogênese, multiplicidade, sentido, dobra, rizoma, corpo-sem-órgãos, produção de subjetividade, diferença entre outros, perfazendo não um amálgama entre duas tradições tão distintas – a filosofia da diferença francesa e a filosofia africano-brasileira – , mas performando uma reflexão espiralar, como o tempo, e extensiva, como o corpo, de modo a produzir mundos possíveis e encantados. Filosofar é construir mundos encantados e produzir narrativas que nos transduzam. A Filosofia Africana é um oceano a ser explorado; a Filosofia Africano-Brasileira é um dos igarapés que nutrem o mar imenso. Nenhuma filosofia sobrevive sem o diálogo com o seu tempo e tradição. Neste curso, Deleuze – eleito como uma referência da filosofia contemporânea – é pensado intrinsecamente à sua obra conjunta com Félix Guattari e, sobretudo, em face à antiquíssima novidade que a Filosofia Africano-Brasileira problematiza e propõe, em vagas de vai-e-vem que convidam aos participantes à aventura da produção conjunta do conhecimento.