A problematização do conceito de infância pela pedagogia tornou possível, a partir da década de 1990, uma série de deslocamentos teóricos e epistemológicos nas pesquisas sobre educação infantil no Brasil. Ao colocar em questão a biologia e a psicologia como saberes que orientavam a formação e atuação das professoras de educação infantil, a pedagogia colocou em circulação outros conceitos de infância, os quais foram forjados por outros saberes, vindo, sobretudo, da história, sociologia e filosofia. As chamadas pedagogias da infância surgem, nesse sentido, desses deslocamentos que reconfiguram os saberes e os fazeres cotidianos na educação das crianças. Esse curso pretende 1) abordar a crítica realizada pelas pesquisas educacionais que inauguraram a problematização do conceito de infância no Brasil e 2) apresentar os principais componentes teóricos e epistemológicos que tornaram possível o surgimento de novos modos de pensar as pedagogias da infância. Este curso pretende apresentar alguns fragmentos da pesquisa de pós-doutorado, intitulada Cenas do impossível: Políticas da infância, que lidos em conjunto nos permitem circunscrever os deslocamentos teóricos e epistemológicos das pesquisas educacionais nos estudos da infância e as potenciais mutações que esses deslocamentos podem promover na prática pedagógica. Essa pesquisa contou com o financiamento do CNPQ e as supervisões de Silvio Gallo (Unicamp) e Leandro de Lajonquière (Université Paris 8).
Público-alvo:
Profissionais da educação, pesquisadores e pesquisadoras da educação e demais interessados em educação, estudos da infância e filosofia (sem pré-requisitos).
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